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sábado, 2 de abril de 2011

Mercado da Boa Vista



O Mercado da Boa Vista, situado na Rua de Santa Cruz, s/n, bairro da Boa Vista, no Recife, foi erguido no início de século XIX, porém não se sabe ao certo a data da sua inauguração.

Segundo o historiador, flocorista e escritor Pereira da Costa, para a construção desse novo mercado, vulgarmente conhecido pelo nome de Ribeira da Boa Vista, fez a Câmara um empréstimo de 4:000$000, como consta da Portaria da junta do governo da província, de 21 de outubro de 1823, mandando que a fazenda pública emprestasse à Câmara a referida quantia. Com a construção do mercado tomou a rua o nome vulgar de Ribeira da Boa Vista, isto é, o trecho que vai da fachada lateral da igreja da Santa Cruz aos Quatro Cantos, assim chamado pelo cruzamento de quatro ruas distintas: a de S. Gonçalo, em seguida, o termo da rua do Visconde de Albuquerque, outrora da Glória, e começo da do Visconde de Goiana, anteriormente do Cotovelo.

No local já funcionou uma estrebaria e o cemitério da Capela, hoje, igreja de Santa Cruz. Há poucos registros oficiais, porém na época da escravidão foi também um mercado de escravos.

Apesar de ter sofrido diversas intervenções e reformas, o Mercado da Boa Vista mantém até hoje muitas de suas características arquitetônicas. O portal, em ferro, conserva até hoje em suas pilastras um símbolo que identifica o local onde se negociavam ou leiloavam os escravos negros trazidos da África, chamado atualmente pelos comerciantes de maçã portuguesa.

Seus 63 boxes, onde atualmente são comercializados cereais, verduras, carnes, peixes, frios, ervas, artigos de armarinho e abrigam pequenos bares de comida regional muito apreciados pelo frequentadores, eram destinados à expor e vender escravos africanos que chegavam ao Brasil através de contrabando.

O mercado da Boa Vista, se diferencia dos outros estabelecimentos de mesmo tipo na região. Em quanto o mercado de São José, consagrado como "Monumento Nacional" desde 1973, já é um ponto turístico obrigatório para aqueles que visitam a cidade, o Boa Vista recebe apenas o público local que utiliza o local para encontro com amigos, reuniões de poetas, cordelistas, para show, rodas de samba encontro de blocos carnavalescos. Atualmente, a prefeitura está realizando obras de melhoria na área interna e externa do estabelecimento, mas ainda há muito que se mudar.

Em quanto os outros mercados se prezam pelo valor cultural que possuem, e o exploram tornando-os centros de artesanatos popular, no mercado da Boa Vista pouca arte é vista. Um local onde já foi destinado à venda de escravos africanos que chegavam ao Brasil através de contrabando, poderia utilizar deste seu passado para atrair turistas e mais moradores locais.

Se tratando de festa, o mercado serve como ponto de apoio de blocos como o Anárquica Amantes de glória que arrasta muita gente pelas ruas do bairro da boa vista. Durantes outras períodos como no mês de maio acontece o Festival Comedoria de Mercado, também se mantem movimentado durante as demais festividades como semana santa, são joão e natal.

Acredito que hoje em dia é um dos melhores lugares para reunir amigo, ouvir boa musica conversa com intelectuais, o mercado já se tornou marco da nova geração pernambucana .


Trabalho para disciplina de Gestão da Cultura Pernambucana.